sábado, 30 de setembro de 2017

José Genoíno: muito além do mito, diz Augusto Lobato, presidente do PT

O presidente estadual do PT do Maranhão, Augusto Lobato, traça um breve histórico do guerrilheiro José Genoíno, que a direita reacionária insiste em apagar, Conheço o ex-presidente do PT José Genuíno há mais de vinte anos. Sempre o admirei pela sua coragem e determinação. Com convicção, enfrentou o debate sobre os grandes tabus da esquerda, ao questionar o centralismo de esquerda e a ditadura do proletariado, ao propor a reforma politica do estado burguês e defender aliança ampla para o PT chegar ao centro do poder. Genoíno foi um parlamentar sempre firme e sério, disputando os rumos do PT, interna e externamente; muitas vezes elogiado pela imprensa burguesa e golpista (Globo), esta mesma que o desqualifica e tenta lhe colocar na vala comum dos que saqueiam os cofres públicos. Qual foi o crime de Genoíno? Ter presidido o PT, assinar as rubricas do partido, ter dialogado com os partidos aliados que deram sustentação ao governo Lula. Não podemos concordar a execração de alguém, que ao logo de sua vida,  dedicou suas forças na luta "por uma sociedade socialmente igual, humanamente distinta e totalmente livre.. Genoíno,  ao longo de toda sua vida de militância, como parlamentar e dirigente partidário, nunca acumulou patrimônio incompatível com a sua renda. Também não há qualquer gravação que o incrimine , revelando situações em que tenha  se aproveitado do dinheiro público em beneficio próprio. A história nos absorverá, diz Augusto Lobato ao relatar o histórico do amigo e companheiro de luta, José Genoíno. O maior exemplo é a Guerrilha do Araguaia.

Guerrilha do Araguaia foi um movimento guerrilheiro existente na região amazônica brasileira, ao longo do rio Araguaia, entre fins da década de 1960 e a primeira metade da década de 1970. Criada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), tinha por objetivo fomentar uma revolução socialista, a ser iniciada no campo, baseada nas experiências vitoriosas da Revolução Cubana e da Revolução Chinesa.
Combatida pelas Forças Armadas a partir de 1972, quando vários de seus integrantes já haviam se estabelecido na região há pelo menos seis anos, o palco das operações de combate entre a guerrilha e os militares se deu onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão faziam divisa. Seu nome vem do fato de se localizar às margens do rio Araguaia, próximo às cidades de São Geraldo do Araguaia e Marabá no Pará e de Xambioá, no norte de Goiás (região onde atualmente é o norte do estado de Tocantins, também denominada como Bico do Papagaio).[1]
Estima-se que o movimento que pretendia derrubar o governo militar, tomar o poder fomentando um levante da população, primeiro rural e depois urbana, e instalar um governo socialista no Brasil, tendo como exemplo o que havia sido feito em Cuba e na China,[2] era composto por cerca de oitenta guerrilheiros sendo que, destes, menos de vinte sobreviveram, entre eles, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, que foi detido pelo Exército em 1972, ainda na primeira fase das operações militares. A maioria dos combatentes, formada principalmente por ex-estudantes universitários e profissionais liberais, foi morta em combate na selva ou executada após sua prisão pelos militares, durante as operações finais, em 1973 e 1974.[1] Mais de cinquenta deles são considerados ainda hoje como desaparecidos políticos.[3]
Desconhecida do restante do país à época em que ocorreu, protegida por uma cortina de silêncio e censura a que o movimento e as operações militares contra ela foram submetidos, os detalhes sobre a guerrilha só começaram a aparecer cerca de vinte anos após sua extinção pelas Forças Armadas, já no período de redemocratização.

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