segunda-feira, 30 de junho de 2014

Os Sonhos nunca Envelhecem


Há 32 anos, submeti meu nome à Convenção de um partido, para poder concorrer a um cargo eletivo: o de deputado estadual pelo Maranhão. O partido era o PMDB e não era o meu partido real. O real era o PcdoB, pelo qual eu não poderia concorrer já que ele era ilegal, proscrito, clandestino.

O resultado da eleição levou-me à Assembleia Legislativa como o primeiro deputado do PcdoB no Maranhão. Na Assembleia, fiz um mandato voltado para a defesa dos trabalhadores, especialmente os do campo, vitimados pela grilagem e pela pistolagem, facilitadas pela Lei de Terras instituída à época de José Sarney governador (1966-70).

Vivíamos os últimos anos da ditadura militar que, mesmo nos estertores, continuava reprimindo, torturando e matando. E, no Legislativo, abraçamos a luta pelas eleições diretas para presidente, já que esse direito havia sido cassado aos brasileiros pela ditadura. Defendemos a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte, que criasse uma nova ordem institucional democrática, devolvendo-nos o Estado de Direito.

Essas lutas foram vitoriosas, já que nela estavam empenhados milhões e milhões de brasileiros e, no ano que vem, poderemos celebrar 30 anos de regime democrático, o mais longo período que o Brasil viveu sem golpes ou retrocessos.

Uma outra bandeira, que levantávamos já àquela época, não se fez ainda vitoriosa. É a conquista de um Brasil socialista, independente, soberano, de paz e fraternidade.

É verdade que as conquistas democráticas se aprofundaram neste período, mas continuamos submetidos a um sistema capitalista que, periodicamente, lança o mundo na crise, deixando ao desalento milhões de trabalhadores no mundo inteiro. Vivemos uma dessas crises, iniciada em 2007, cujos efeitos persistem até hoje. Nosso País, conseguiu se livrar das sequelas mais profundas da crise, como o desemprego, a queda no nível de vida da população, a incerteza quanto ao dia de amanhã, como acontece em dezenas de países mundo afora. Mas, assistimos ao retorno da inflação, ao aumento da dívida pública, ao baixo crescimento econômico.

Só o socialismo garantirá a permanente elevação do nível de vida das grandes maiorias trabalhadoras e dará efetividade às conquistas democráticas que já alcançamos e as levará a um novo patamar. É nessa perspectiva que o PCdoB defende a adoção de um Novo Projeto de Desenvolvimento, que nos leve a um novo ciclo civilizatório.

Maduro no embates que travei nos quase 40 anos em que exerci mandatos e cargos públicos no Estado, submeto mais uma vez o meu nome à Convenção Estadual do PcdoB, que escolherá os candidatos às eleições majoritárias e proporcionais deste ano.

Chego à Convenção com a experiência adquirida, mas com os mesmos sonhos que acalanto há tanto tempo. Sonho de ver um Brasil sem miséria, onde a potencialidade de nossa juventude possa se afirmar através da obtenção do conhecimento e da conquista de emprego; em que a cultura seja acessível a todos e não apenas a uma minoria; em que o esporte e o lazer sejam incentivados e sejam direito de todos em todas as faixas etárias; em que o analfabetismo seja apenas uma memória de um passado distante; em que as riquezas de nosso País sejam para o usufruto de nossa população e das gerações futuras; que o respeito ao meio ambiente seja parte de nossa cultura porque se veja ao defender o meio ambiente o próprio ser humano que dele faz parte.

Se é verdade que o Brasil mudou nestes quase 30 anos, verdade também é que o Maranhão não acompanhou essas mudanças. A oligarquia que domina o Estado há quase meio século, deixou o Maranhão no atraso e com os índices sociais mais deploráveis. Temos condições de, agora, mudar esta situação, elegendo Flávio Dino ao governo do Estado e tornar o Maranhão contemporâneo do Brasil.

Como diria Raul Seixas, nosso maluco beleza genial, “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”.

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