sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Estatuto do servidor será revisado no município


As principais entidades ligadas à profissão de Administrador estiveram presentes na Audiência Pública realizada nesta quarta-feira, dia 27, na Câmara dos Vereadores de São Luís. A mesa de debates foi presidida pelo autor do requerimento que gerou a audiência, o vereador Ricardo Diniz (PHS). De concreto, as entidade envolvidas conseguiram da Secretaria de Administração do Município, representada pela superintendente de Administração Adriana Obregan Wedy, a certeza de que o estatuto do servidor público está sendo revisado para melhor atender às novas demandas do município.
Atualmente existem 64 vagas para o cargo de administrador na prefeitura de São Luís, sendo que cerca de 30 estão preenchidos. “Esperamos uma valorização do profissional de administração dentro da esfera pública”, destacou o vereador Ricardo Diniz. Além dos cargos efetivos, ainda há a brecha para os cargos comissionados que são ocupados por administradores. “Estamos revisando todo o estatuto para enquadra corretamente os cargos e carreiras”, destacou a superintendente.
Se fizeram presentes o presidente da Federação Nacional dos Estudantes de Administração, Silas Junqueira, o presidente do Sindicato dos Administradores, Pierre Januário, a superintendente da Secretaria de Administração do Município, Adriana Obregan Wedy, a presidente do Conselho Regional de Administração, Isabelle Martins, o Conselheiro Federal de Administração, Samuel Melo Jr, o professor Walter Nunes e os vereadores Marlon Garcia e Fábio Câmara.
Como resultado da audiência, todas as entidades envolvidas apresentaram, no prazo de 10 dias, uma lista de considerações e sugestões sobre a discussão do papel do Administrador no segmento Público. 

COMEFC participa de encontro com Chefe da Casa Civil do Governo do Maranhão

Os municípios que formam o COMEFC – Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás, estiveram reunidos com o Chefe da Casa Civil, João Abreu, na última quarta-feira, dia 27. Durante o encontro, que aconteceu no Palácio dos Leões, foi apresentado ao chefe de governo os resultados já obtidos, em negociação com a VALE, pelos 21 municípios que formam Consórcio no ano de 2013. Na oportunidade estava presente o secretário de Agricultura do Estado, Claudio Azevedo.
De acordo com a presidente do COMEFC, Cristiane Damião, em novembro foram apresentados 122 projetos dos 21 municípios que fazem parte do corredor cortado pela EFC. Esses projetos equivalem a R$ 105 milhões em investimentos para o crescimento do IDH de cada cidade. “Tivemos o retorno que a partir do dia 15 de janeiro de 2014 já seriam liberados R$ 50 milhões para o início dos projetos”, relatou.
Também foi destacada a conquista do percentual de 10% sobre o CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, do Novo Marco Regulatório da Mineração, regido pelo PL 37/2011. De acordo com João Abreu, a governadora Roseana Sarney receberá os prefeitos no mês de dezembro. "O Consórcio é a melhor forma que os municípios podem usar para se organizar e alcançar mais conquistas", destacou João Abreu.

POR TRÁS DOS BOTÕES DE NAPOLEÃO: UMA PEÇA QUE VAI FAZER VOCÊ CHORAR DE RIR


A melhor comédia dos piores tempos. É o que promete o grupo de teatro maranhense, Nós Moçada, que se apresentará nos dias 07 e 08 de dezembro com a peça “Por trás dos botões de Napoleão”, no teatro Alcione Nazaré, na Praia Grande. A peça, que terá 1 hora e vinte minutos de apresentação, é inspirada na vida do imperador francês, Napoleão Bonaparte. Ela faz uma releitura totalmente cômica da batalha que foi travada entre Napoleão e Alexandre I, da Rússia. Aborda também, de maneira bastante divertida, o grande segredo que o imperador guarda ás sete chaves e que será revelado no final do espetáculo.
O Nós Moçada é um grupo independente e todo composto por artistas daqui de São Luís. Ele conta apenas com o apoio de amigos e alguns patrocinadores que acreditam no projeto e no talento do grupo. Um desses apoiadores é o vereador Roberto Rocha Júnior, que vem se destacando como um grande incentivador da cultura local.
A ideia da peça Por trás dos botões de Napoleão surgiu a partir de uma pequena apresentação teatral que o grupo produziu para alguns estudantes apresentarem na gincana da escola que estudavam. O projeto foi um sucesso e os incentivou a darem continuidade ao espetáculo, que está em sua primeira temporada e promete fazer o público chorar de rir.
“Na peça nós fazemos uma releitura de Napoleão completamente diferente daquela que a história conta. Diferente, sobretudo, pela aparência, pelos trejeitos, pelo modo de falar, todo peculiar. O nosso Napoleão vai conquistar e divertir muito todos que forem assistir ao nosso espetáculo” garantem Neife Nahmias e Yago Brandão, atores e idealizadores do espetáculo, onde assinam também a direção e produção.
A peça estará em cartaz nos dias 07 e 08 de dezembro, no teatro Alcione Nazaré- Praia Grande. Os ingressos podem ser adquiridos nas lojas Ops (Shopping da Ilha), Quarup (Rio Anil Shopping) e Nonsense (Office Tower).

PTC PROMOVE SEMINÁRIO SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2014

O Partido Trabalhista Cristão realiza neste sábado, no Rio Poty Hotel, em São Luís, o seminário “Eleições 2014: Novas soluções para novo desafios”. O evento, voltado para seu público interno, reunirá lideranças estaduais e municipais do partido com vistas à análise e discussão das problemáticas relacionadas às eleições de 2014, principalmente no que tange às novas modificações da lei eleitoral e às novas demandas políticas da sociedade brasileira.
O seminário contará com a palestra “O novo momento político do Brasil e do Maranhão"  a ser proferida pelo conferencista Edson José Travassos Vidigal, que vem a ser filho do ex-presidente do STJ, Ministro Edson Vidigal. Aliás, parte da imprensa tem feito uma confusão danada. Vidigal, o pai, é filiado ao PDT e nada tem a ver com o PTC, partido comandado no estado pelo ex-deputado Edivaldo Holanda Braga, pai do prefeito de São Luís. Já Edson Travassos Vidigal, o filho, filiou-se em setembro passado ao PTC, pelo qual deve se lançar a uma vaga na Assembléia Legislativa. 
O conferencista é advogado e professor universitário, pós graduado em Direito Eleitoral e Filosofia Política, e foi servidor concursado do TSE por 19 anos, onde exerceu diversas atividades de assessoramento e coordenação. Recentemente se demitiu da Justiça Eleitoral para fincar bases por aqui, onde estreará carreira política nas eleições do ano que vem. Segundo ele "será uma ocasião importante para as lideranças partidárias do Estado analisarem, juntas, o atual momento político brasileiro. Faz-se necessário dar atenção ao clamor popular manifestado no sentido de mudanças radicais. Precisamos transformar a política do Maranhão".
O evento contará com a presença do ex-deputado estadual Edivaldo Holanda Braga, Presidente Regional do PTC no Maranhão, que deve concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa no ano que vem com grandes chances de vitória  e comanda um partido que conta atualmente com 42 vereadores, 2 prefeitos e 2 vice-prefeitos no Estado, dentre os quais o prefeito da capital.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Bira do Pindaré denuncia manobra e uso do TCE para eleição indireta do Secretário de Infraestrutura


A ação popular movida pelo deputado federal Domingos Dutra (SDD) e subscrita pelo deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) em relação ao processo de escolha do novo membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) tomou conta dos debates da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (27).
Vários fatores fundamentam a ação dos deputados em relação ao TCE, o principal é o desvio de finalidade, o uso político partidário do Tribunal de Contas do Estado. O Tribunal de Contas é um órgão de controle e fiscalização, responsável pelo julgamento das contas de gestores públicos no Estado.  
Para o deputado Bira, a escolha do vice-governador como conselheiro do TCE não passa de uma manobra política da Governadora que não quer mais ele no cargo. A engenharia de conjuntura que deve ser imposta pela Governadora apenas evidencia o desprestígio que ela tem pelo Partido dos Trabalhadores. Bira entende que a Governadora não quer que o PT ocupe o Governo do MA.
Na avaliação do deputado Bira, a manobra idealizada e já iniciada pela Governadora é a seguinte: nomear o vice-governador conselheiro do TCE, liberando sua vaga, para criar uma vacância quando a Governadora se licenciar e candidatar-se ao Senado, dessa forma, eleger numa eleição indireta, o Secretário de Infraestrutura, o novo Governador até dezembro de 2014.
“Eles vão querer colocar o Luís Fernando na eleição indireta aqui na Assembleia Legislativa. É esse o jogo que está montado no Maranhão, e estão usando o Tribunal de Contas do Estado. É mais uma notícia negativa do Maranhão para o Brasil, quer dizer, querem usar o Tribunal de Contas numa manobra política no desespero de manter o comando no estado porque sabem que, se a eleição fosse hoje, este grupo perderia”, denunciou Bira.
O Deputado ressalta que a manobra articulada pela Governadora e seu grupo político desqualifica o vice-governador e o Partido dos trabalhadores impedindo-os de assumir o Governo do Estado e põe uma mancha sobre o TCE. “A desqualificação maior que estão fazendo com o Tribunal de Contas do Estado que está sendo usado por um grupo político quando deveria ser uma instituição valorizada para cumprir a sua missão constitucional, que é fiscalizar e controlar as contas públicas”.
Bira garantiu que os auditores do Tribunal de Contas estão movendo uma ação muito parecida com a movida pelos parlamentares. O socialista defende a valorização as instituições públicas do Estado do Maranhão e cobra que os princípios constitucionais sejam obedecidos. Neste caso, a nomeação do vice-governador no TCE quebra o princípio da impessoalidade. 
PT
O atual presidente do PT/MA, Raimundo Monteiro, declarou à imprensa que era interesse do PT que o vice-governador assumisse o Tribunal de Contas do Estado, tendo em vista que o partido tem muitos prefeitos que terão suas contas julgadas pelo órgão.
O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão também deu declarações públicas que esperaria o resultado do PED para então fazer a eleição do novo membro do Tribunal de Contas do Estado. “Há uma manobra política em curso no Maranhão e é isso que estamos abordando com muita transparência, com um propósito de valorizar as instituições do estado e garantir que o processo não seja viciado como está sendo”, concluiu.

Empreendedores de Buriticupu recebem orientação do Sebrae


Atendimentos foram feitos no stand montado na “Semana do Empreendedor” em Buriticupu
 A cidade de Buriticupu recebeu a primeira edição da Semana do Empreendedor, com o tema “Empreendedores buriticupuenses – seus desafios e conquistas”, que buscou orientar e disseminar a cultura empreendedora nos comerciantes, estudantes e professores locais.
Para somar ao evento, foram disponibilizados gestores da regional do Sebrae em Açailândia para orientar os interessados em abrir uma empresa ou mesmo formalizarem seu pequeno negócio. Durante os dias de evento, mais de 100 pessoas foram atendidas pelo Sebrae.
O atendimento teve início na manhã do dia 20 e recebeu diversos interessados em obterem informações para melhorarem a qualidade dos produtos e do atendimento oferecido no estabelecimento. O consultor do Sebrae, Albérico de Castro também esteve no estande, orientando e explicando como funciona a dinâmica para que as pequenas empresas adquiram diferenciais para conquistarem e fidelizarem antigos e novos clientes.
Palestra
Para sanar as dúvidas de possíveis empreendedores buriticupuenses, Castro ministrou, durante o encerramento do evento, uma palestra sobre o Empreendedor Individual. Antes da palestra, o gestor Reginaldo Medeiros e o gerente substituto Wamberg Amaral, fizeram uma apresentação do que é o Sebrae e como ele trabalha para melhorar o desempenho dos empreendedores individuais, micro e pequenos empresários.
De acordo com Amaral, a semana foi produtiva já que a instituição trabalha há mais de 20 anos na cidade e tem um amplo quadro de serviços prestados às pequenas empresas locais. “O Sebrae teve boa aceitação, as palestras tinham mais de 90 pessoas participando e interagindo com o palestrante. Além disso, também fizemos uma apresentação do breve histórico da presença do Sebrae no município e os vários segmentos já trabalhados na cidade”, destacou.
O evento, que teve início na terça-feira (19) e foi encerrado na quinta (21), teve o apoio do Sebrae e fez parte da programação da Semana Global de Empreendedorismo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Amor sem revolução - parte 7 - Maio oito meia



Primeiro ano da Nova República. O País vivia o transe total do Plano Cruzado e avistava com certa desconfiança o futuro da economia. O governo do então presidente José Sarney era de incertezas, apesar da lua de mel do congelamento de preços. Líquida e certa mesmo só a fé na conquista do tetra campeonato de futebol no México. Sarney, bombardeado noite e dia pelo PMDB de Ulysses Guimarães e acossado pelas instituições da República, experimentava os primeiros dissabores do cargo.

O Maranhão tinha como governador o pecuarista Luiz Rocha, ligado à UDR e, por isso mesmo, mal visto pela ala progressista da Igreja Católica. O estado atravessava um período turbulento de conflitos agrários (1), situação agravada em 10 de maio de 1986 com o assassinato do padre Josimo Tavares, coordenador da Comissão Pastoral da Terra na região sul do estado, que compreendia a inflamável área do Bico do Papagaio.

Cenário econômico, eleições estudantis, opressão social, a força do clero e a questão agrária, temas que incendiavam os debates em sala de aula, nos corredores e nas assembleias de curso das universidades, eram também a nossa revolução pelo discurso. Mas um discurso político fechado, meio tosco, que a rigor não descortinava a linha do horizonte meramente acadêmico. Olhando de dentro da universidade o mundo lá fora parecia embaçado, defeituoso e atrasado. Estávamos à frente, o nosso lugar era um pavimento acima da realidade, bem longe das discussões aparentemente pequeno-burguesas da juventude, como drogas e liberdade, comportamento e poder, produção cultural e sexualidade.

Maio, 1986. Éramos apenas os meninos recém desembarcados na Universidade Federal do Maranhão. Cada um com um sonho nos olhos apressados, feito câmeras nervosas enquadrando a nossa nouvelle vague fora de época. Os primeiros passos do primeiro semestre. Já encontramos na UFMA um campus minado pelas disputas de três grupos políticos: os petistas (hegemônico nos diretórios acadêmicos e DCE), os comunistas (ligados ao PCdoB) e os prestistas (ligados ao PCB de Luiz Carlos Prestes e da médica e militante comunista Maria Aragão).

O Brasil conviveu com o fantasma da censura até 1984 (2), quando chegou ao fim a ditadura militar e o reinado da inflexível Solange Hernandes, diretora da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), órgão ligado ao Departamento de Polícia Federal. No dia 26 de março de 1985 o então ministro da Justiça, Fernando Lyra, divulgou mensagem afirmando que o governo da Nova República passava a abdicar do poder secular de censor da produção artística. “Fica hoje abolida toda e qualquer censura política de obras de arte e demais produções intelectuais. O Estado não vai exercer qualquer freio à produção de qualquer tipo de manifestação política em obras de arte”, disse o ministro.

De fato, por pressão de movimentos organizados pela classe artística, muitas produções culturais vieram a lume depois de anos na escuridão da censura, como o livro “Aracelli, meu amor”, do maranhense José Louzeiro; e os filmes “Pra frente, Brasil”, de Roberto Farias, e “Eles não usam black-tie”, de Leon Hirszman.

Havia, porém, mais pedras no caminho. Pressionado pela Igreja Católica, e contrariando o que havia dito o ministro Lyra em nome da abertura política, o presidente Sarney decidira, em fevereiro de 1986, proibir a exibição pública no Brasil do filme “Je vous salue, Marie” (França, 1985), do cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard. A mesma estética provocadora, às vezes anárquica, usada por Godard em outros filmes que o consagraram como um dos maiores cineastas da segunda metade do século 20 estava presente no longa-metragem que expunha uma Virgem Maria de carne e osso.

Maria pela lente de Jean-Luc Godard

Com exibição também proibida em outros países católicos do chamado Terceiro Mundo, principalmente pelas declarações do papa João Paulo II, “Je vous salue, Marie” provocou polêmica por estimular o debate sobre a difícil convivência entre o corpo e a alma. No filme, a moderna Maria (Myriem Roussel) é frentista num posto de gasolina, joga basquete, fala palavrões, tem namorado e aparece nua em algumas cenas. José (Thierry Rode) é taxista, tem um caso com outra mulher e acusa Maria de traição ao saber de sua gravidez. O anjo Gabriel (Philippe Lacoste) também é um cidadão comum que tenta convencer José a aceitar a gravidez imaculada de Maria. Como num lance de quadrinhos, o longa apresenta a história paralela de um professor de ciências que tem um caso com uma de suas alunas (a bela Juliette Binoche) e dá aulas sobre a origem da vida.

Com esses ingredientes, o iconoclasta Godard de “Je vous salue, Marie” fez tremer os pilares da fé cristã e fomentou a interpretação maniqueísta de sua obra a ponto de provocar uma rusga de efeito prolongado entre Roberto Carlos e Caetano Veloso. No livro “Roberto Carlos em detalhes” (Editora Planeta, 2006), retirado das bancas dez dias depois de lançado por ordem judicial a pedido do “Rei”, o autor Paulo Cesar de Araújo conta que a proibição do filme no Brasil desencadeou uma reação de artistas, universitários, professores e profissionais liberais que não aceitavam a volta da censura. Muitos escreveram cartas ao Palácio do Planalto criticando a proibição. Na contramão, Roberto Carlos enviou telegrama ao presidente Sarney solidarizando-se com a igreja e apoiando publicamente a opção pela censura ao filme.

"Não vi e não gostaria de ver. Sou contra esse tipo de filme que mexe com divindades. Acho que deve haver respeito para com a Virgem Maria. Pelo que li sobre o filme estou de acordo com o presidente Sarney sobre sua proibição", dissera Roberto Carlos. Caetano, que assistira ao filme em Paris meses antes, reagiu em artigo no jornal “Folha de S. Paulo”: "O telegrama de Roberto Carlos a Sarney envergonha a nossa classe”. E foi mais adiante: "Vamos manter uma atitude de repúdio ao veto e de desprezo aos hipócritas e pusilânimes que o apoiam".

Roberto considerou deselegantes as declarações do cantor e compositor baiano. "Apoiei o veto por absoluta consciência de que o filme de Godard deturpa e desrespeita a história sagrada. Continuo contra a sua exibição porque sou um homem religioso e os valores cristãos são muito importantes para mim”, retrucara.

No campus da Universidade Federal do Maranhão, os estudantes Fernando Mitoso e Magno Moraes, à frente do Diretório Acadêmico do curso de Filosofia, iniciavam no dia 26 de maio, no auditório do Colégio Maristas, o 1o Seminário Maranhense Sobre Sexualidade. Era o ensaio inicial para o grande ato daquela semana, que teria como palco o Auditório Jarbas Passarinho, da UFMA. Juventude à flor da pele. As provocações de Godard apenas tiravam um fino em temas como liberação sexual, estética e filosofia do corpo, sexo e poder, a castração do prazer, entre outros assuntos abordados durante três dias pelo professor Márcio Marighela, da PUC de Campinas (SP).

Vista interna do Auditório Jarbas Passarinho, dois dias antes da exibição do filme "Je vous salue, Marie"

No dia 27 de maio, no anfiteatro do Centro de Ciências Sociais da UFMA, começava o 3o Encontro de Comunicação Social, que também duraria três dias. Em pauta, temas genéricos como os problemas do curso e a relação com o sistema de ensino no Brasil, perspectivas do mercado de trabalho e a obrigatoriedade do diploma de jornalista nas empresas de comunicação. Nos debates, a censura ao filme “Je vous salue, Marie” era tratada como uma questão política que inspirava atenção e cuidado porque feria a liberdade de expressão. Mas o tema ficou de fora da palestra de Waldemar Moreira, subchefe de reportagem do “Fantástico”, da TV Globo, que discorreu sobre a “revolução” que o programa provocava na televisão brasileira.

Waldemar Moreira, da TV Globo, em palestra para estudantes de Comunicação, no anfiteatro do Centro de Ciências Sociais

Com a obra de Godard proibida nos cinemas do País (3), a diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), aproveitando o clamor dos movimentos sociais e culturais, decidiu distribuir cópias VHS do filme em universidades públicas brasileiras numa estratégia de campanha eleitoral. No 37o Congresso da UNE, realizado no mês de abril em Goiânia, os estudantes decidiram que depois de quase uma década a entidade realizaria, nos dias 4 e 5 de junho, eleições diretas para a sua nova diretoria. O então presidente Renildo Calheiros (alagoano filiado ao PCdoB, irmão do atual presidente do Senado, Renan Calheiros), eleito em 1984 e defensor da escolha indireta, fora vencido no congresso pelo voto das oposições.

“Je vous salue, Marie” transformou-se em programa de campanha da chapa UNE Livre, apoiada por Calheiros e que tinha Gisela Mendonça como candidata a presidente. De igual pra igual disputava a eleição com a UNE Livre (do PCdoB) a chapa Pra Sair Dessa Maré (ligada a setores do PT), a única com representante maranhense - Aníbal Lins, estudante de Economia que concorria ao cargo de vice-presidente para a região Norte. Corriam por fora as chapas Arrebentar a Boca do Balão (apoiada por setores do PSB, PMDB, PCB, PDT e MR-8), Tem Que Dar Certo (ligada ao PTB e ao PFL) e Borduna Democrática (estudantes de linha anarquista).

Primeiro dia de votação nas eleições para diretoria da UNE, no campus da UFMA

A chapa de Gisela Mendonça montou uma operação clandestina para fazer o filme de Godard chegar ao maior número possível de estudantes, em exibições coordenadas por lideranças políticas aliadas. Como não havia cópias suficientes para todos os estados, os estudantes do Maranhão recorreram aos universitários do Piauí. Na UFMA, o aliado da UNE Livre era o grupo do PCdoB (cujo núcleo universitário depois incorporaria o nome de Viração) que havia disputado pela chapa Pra Mudar o DCE, no início de 1986, a eleição para o Diretório Central dos Estudantes. Entre os integrantes do grupo estavam José Ribamar Soares Moreno, o “Zeca” (estudante de Medicina candidato a presidente), Nonato Martins (Economia), Gilberto Carlos Gonçalves Sousa (Farmácia), Alfredo, Alberto, Margareth, Rosângela, Ivete e Cristina. Os comunistas atrelados ao PCdoB perderam no voto para a chapa Alerta! Jacaré Parado Vira Bolsa, ligada ao PT, que tinha Arleth Borges como presidente, Aníbal Lins como secretário-geral, Márcio Jerry como secretário do Centro de Ciências Sociais e Celso Reis como secretario de Cultura, entre outros (veja imagem do panfleto abaixo cedido por Celso Reis).




Eleição da UNE ficou polarizada entre as chapas UNE Livre e Pra Sair Dessa Maré

Era maio oito meia, um maio meia oito reinventado, às avessas, menos plural, sem as barricadas do desejo. Os representantes do PCdoB na UNE, assim como os seus aliados maranhenses, não estavam interessados na linguagem cinematográfica de Godard, na transgressão de uma Maria em conflito com o seu sexo. O que estava em jogo era a eleição nacional da entidade, e o filme poderia ser a salvação. Os votos urgiam.

Alegando irregularidades na distribuição de cédulas de votação, as chapas Pra Sair Dessa Maré e Arrebentar a Boca do Balão afastaram-se do processo no segundo dia de eleição e pediram a anulação do pleito. O processo foi suspenso em alguns estados, inclusive no Maranhão, mas, apesar da reduzida participação estudantil, a eleição foi concluída debaixo de muitos protestos com a vitória da UNE Livre.

O estudante Edmundo dos Reis Luz, do curso de Letras da UFMA, fora escalado oficialmente pela turma do PCdoB/Viração para ir a Teresina (PI) buscar uma cópia da fita de “Je vous salue, Marie”. Mas era só uma pista falsa da operação. Quem de fato partiu em silêncio, de carona num ônibus de estudantes secundaristas em viagem para Belo Horizonte, foi Gilberto Carlos Gonçalves Sousa. Àquela altura, a Polícia Federal já monitorava os estudantes piauienses para tomar a cópia do filme. O encontro de Gilberto Sousa com a turma da UFPI seguiu todos os ritos de uma operação de guerrilha com o propósito de fugir do cerco da polícia.

Aníbal Lins, Márcio Jerry, Arleth Borges e Magno Moraes, na sede do DCE, discutindo estratégias para anular as eleições da UNE na UFMA

Ao receber a fita, Gilberto fora orientado a tomar o ônibus de volta no vizinho município de Timon (MA). E ainda como estratégia, pois sabia que estaria sendo esperado pela polícia na rodoviária de São Luís, trocou de ônibus em Peritoró. Em São Luís, esperava ser recebido na rodoviária por Iguaracira, à época esposa do então deputado estadual Luiz Pedro, um dos articuladores da operação. Iguaracira não apareceu. Gilberto tomou um táxi com destino ao Campus do Bacanga, com o filme a tiracolo. A data e o horário de exibição de “Je vous salue, Marie” já estavam marcados na UFMA: 29 de maio de 1986, uma quinta-feira, às 18h. Tudo planejado, horário melhor não havia pra reunir estudantes dos turnos vespertino e noturno.

O Auditório Jarbas Passarinho (4) fica no Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Federal do Maranhão, mais conhecido como Castelão. O prédio do CCH era – e continua sendo - o eixo de concentração e roteiro de alunos, afinal abrigava, além de cursos como História, Geografia, Letras e Filosofia, agências bancárias, algumas pró-reitorias, a sede do DCE, a Área de Vivência e o Restaurante Universitário. O auditório, localizado bem no miolo do Castelão, foi por muito tempo símbolo dos principais embates acadêmicos, dos grandes seminários, das semanas de arte (5), das palestras com convidados ilustres, das aulas inaugurais. Tinha a cara da universidade, uma espécie de segunda morada dos universitários.

As calculadas artimanhas de Gilberto Sousa atrasariam o início de apresentação da fita. Estudantes, professores e pessoas da comunidade começaram a chegar ao local de exibição desde as 16h. O auditório comportava 250 pessoas sentadas. Mas a notícia de que a Polícia Federal ocuparia a universidade para proibir a exibição se espalhou pelo campus e assanhou mais ainda a comunidade acadêmica. O eleitor havia mordido a isca.

O que seria uma ação isolada da turma do PCdoB e dos apoiadores da chapa UNE Livre acabou se transformando num ato conjunto de todas as correntes do movimento estudantil, de artistas, de curiosos. Afinal, um polêmico filme de Godard, censurado por Sarney, era assunto de discussões acaloradas Brasil adentro. A presidente do DCE, Arleth Borges, apoiou o movimento e também lutou para que o filme fosse exibido.

A ocupação do Auditório Jarbas Passarinho fora previamente autorizada uma semana antes pelo reitor José Maria Cabral Marques, que depois mudou de ideia ao tomar conhecimento do conteúdo do filme proibido pelo governo federal. Por volta das 19h já eram cerca de 500 espectadores amontoados nas cadeiras, no chão, na escadaria do palco, no hall de entrada. A essa altura, o prédio do Castelão havia sido cercado pela Polícia Federal e a ordem era evacuar o auditório e levar presos os organizadores do ato. A tensão aumentou mais ainda com o corte parcial da energia e da refrigeração do auditório. A plateia não se intimidou com o calor. Aulas suspensas, a universidade praticamente parada para receber Godard.

Nonato Martins, Zeca Moreno, Luiz Pedro e Olímpio Guimarães aguardam ansiosamente Gilberto Sousa e a cópia VHS no saguão de entrada do auditório. Sem sucesso, a polícia já havia feito uma busca pela fita na sede do DCE. Gilberto finalmente chega ao auditório com o tão esperado filme e é recebido como herói sob aplausos de uma plateia tão impaciente quanto aflita.

A aflição dá lugar ao risível quando, às 20h, os organizadores do ato dão início à exibição do filme num aparelho de TV Philips de 20 polegadas colocado no palco e conectado ao videocassete. Falado em francês e com legendas em português, a obra de Godard tem ali talvez a sua exibição mais bizarra da história. Zeca Moreno ao microfone reproduz os diálogos de “Je vous salue, Marie”, ora ensaiando um falsete para acompanhar a desenvoltura da Virgem Maria, ora ao natural na pele de José.

Em meio aos cochichos da plateia, claro que o filme propriamente dito cai para o segundo plano daquela cena. Lá pelas tantas a Polícia Federal ameaça invadir o auditório, mas recua. Retransmitida no Maranhão pela TV Difusora (6), a Globo envia equipe de reportagem ao campus, porém desiste no meio do caminho temendo represália dos estudantes.

A emissora de Roberto Marinho, cujo jornalismo esteve associado durante os anos de chumbo aos interesses dos generais, não era bem vista pelos estudantes ao longo de toda a década de 1980. A Polícia Federal amealhou fama de tortura, arapongagem e perseguição a militantes de esquerda e estudantes inconformados. Essas duas organizações só entravam nas universidades pela porta dos fundos, e com a soberba anuência dos magníficos reitores.

A Polícia Federal que hoje recebe aplausos pelas prisões espetaculosas de figuras das altas rodas, políticos envolvidos em maracutaias e empresários sonegadores de impostos é a mesma que ontem intimidava jovens estudantes, promovia censura, forjava dossiês e infiltrava-se nas assembleias e reuniões de universitários.

E o que era a Globo - que nesses últimos tempos ufana-se do jornalismo cheio de ética e pudor estético, do padrão que não permite isso, não pode aquilo, da cobertura implacável dos escândalos da República, da bancada do “Jornal Nacional” que mais parece a última instância da moral? Já vivia a glória da televisão de maior audiência do País, com sua rica teledramaturgia transformada numa imensa teia de desvio de retina. A novela da Globo foi durante anos uma espécie de rede social dos brasileiros, curtida, comentada e compartilhada, do botequim ao salão de beleza. Reproduzia ainda um jornalismo servil, de conveniência, ao modelo Amaral Neto dos anos 1970. Em manifestações como a campanha de rua por eleições diretas no Brasil, entre 1983 e 1984, a emissora e seus repórteres eram hostilizados com frases do tipo “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”.

Em quase uma hora e meia de exibição – grande parte do público acompanhou o filme até o final - , “Je vous salue, Marie” deixou marcas dentro e fora do campus. Temendo ser abordado pela Polícia Federal, Gilberto Sousa saiu da UFMA escondido no porta-malas de um táxi. Exilou-se por uma semana na casa dos militantes do PCdoB Marcos Kowarick e Nádia Campeão, no bairro do Filipinho. Mas não escapou de ser indiciado e chamado a depor na sede da Polícia Federal, na avenida Kennedy. Lá soube que o delegado já tinha a ficha completa de toda a militância do movimento estudantil. Sobrou também para Edmundo Reis, que foi intimado a prestar depoimento e indiciado em inquérito da PF.

Na terça-feira da semana seguinte, dia 3 de junho, os estudantes Olímpio Guimarães e Uirapuru Pereira chegaram a ser presos pela Polícia Federal, nas proximidades do Colégio Maristas, no Centro de São Luís, sob a alegação de serem os responsáveis pela exibição de “Je vous salue, Marie” no auditório da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Quem deu cobertura aos estudantes indiciados da UFMA e da UEMA, e acabou livrando-os de problemas futuros, foi o então líder sindical Washington Luís Oliveira, na época presidente do diretório municipal do PCdoB.

Capa do jornal "Diário do Norte" chama a atenção para as prisões provocadas pela exibição do filme de Godard

A igreja, a quem os estudantes imputaram a responsabilidade pela censura durante o ato no auditório da UFMA, foi forçada a se justificar no dia seguinte. Em reportagem no jornal “O Imparcial” do dia 31 de maio de 1986, o então arcebispo de São Luís, Dom Paulo Ponte, classificou de correta a atitude da polícia. “Apenas cumpriram ordens superiores”, disse ele. Segundo o arcebispo, o filme “nada diz sobre a Virgem Santíssima”, tampouco vai de encontro a qualquer dogma da igreja. “É apenas uma ficção de um autor francês que tentou imitar uma história moderna em cima da família cristã, o que não conseguiu”. A ideia de proibir o filme, de acordo com Dom Paulo Ponte, não partiu da igreja.

Não resta dúvida de que foi um mês diferente dentre tantos outros que eu ainda viveria na universidade. Um ano para não se esquecer. O maio oito meia teve um significado especial, uma representação que não se apaga de uma luta que não era nossa, deixada no vão dos becos por outras gerações que venceram ou que tombaram. Um filme confuso com certa carga dramática, a legenda que não se lia de longe, a polícia à espreita, o calor. Sem armas na mão, espremidos no auditório e assustados com a fúria de cinco ou seis agentes federais, um dia nos rendemos ao redemoinho psicológico de Godard.


“A Polícia Federal só não invadiu o auditório por conta da quantidade de pessoas que estavam lá dentro e por ter a Igreja como responsável pelo veto ao filme. Não fosse isso, haveria invasão como forma de reprimir aquele nosso ato de desobediência civil”
José Ribamar Soares Moreno, o “Zeca”

“O jornal O Imparcial chegou a divulgar reportagem atribuindo a organização do ato [de exibição do filme] à diretoria do DCE. Acho que isso aconteceu devido talvez a uma relação muito próxima do pessoal do DCE com os jornalistas. No outro dia fui até o jornal pedir direito de resposta, mas eles colocaram a nossa versão na página de polícia”
José Ribamar Soares Moreno, o “Zeca”

“Foi um ato de rebeldia que marcou para sempre a minha vida. Era uma estratégia de campanha que extrapolou os limites do movimento estudantil, fugiu do nosso controle e acabou recebendo o apoio de todos que estavam na universidade e não aceitavam a repressão”
Gilberto Carlos Gonçalves Sousa

“Valeu muito a pena aquela luta. O episódio do filme foi emblemático. Fizemos de tudo para passar o filme. Era uma questão de honra. Não pelo filme em si, mas pelo que ele representava naquele momento. Era contra a censura que já havia sido extirpada, mas ainda havia resquícios aqui e ali. Contra a posição da igreja, que sempre foi nossa aliada nas lutas, e que naquele momento pressionou o presidente Sarney para proibir o filme. Jamais vou esquecer”
Gilberto Carlos Gonçalves Sousa

“O mais importante de tudo foi o fator simbólico do ato, que não era mais somente de um grupo, mas de todos que lutavam por liberdade de expressão, contra qualquer tipo de autoritarismo”
Arleth Borges, ex-presidente do DCE da UFMA

“[A exibição do filme] é um ato de protesto contra a censura que ainda existe. Apesar de novos ventos, ainda há resquícios de autoritarismo. Quando se impede que um filme seja exibido em um local é porque ainda se caça a liberdade de escolha e expressão”
Nonato Martins (“O Imparcial”, 31/06/86)

“Ontem, arbitrariamente, usando mais um dos seus modos fascistas, ele [reitor José Maria Cabral Marques] retirou a autorização e pediu a garantia da Polícia Federal, que nos ameaçou, inclusive de prisão”
Nonato Martins (“O Imparcial”, 31/06/86)

“O que aconteceu na época foi um terrível engano. O papa [João Paulo II] falou do mal que esse filme poderia causar à comunidade cristã, apenas isso. Agora, aqui no Brasil, a Igreja apenas acatou e concordou com a proibição feita pelo presidente da República. A ideia de proibir o filme nunca partiu da Igreja”
Dom Paulo Ponte (“O Imparcial”, 31/06/86)

“É importante que os jovens assistam ao filme e se certifiquem de que em nada ele depõe contra imagem de Maria, tampouco contra o mistério do nascimento de Cristo”
Dom Paulo Ponte (“O Imparcial”, 31/06/86)


NOTAS DE RODAPÉ

(1) “Violência no campo e reforma agrária” foi o tema de encontro realizado entre os dias 21 e 23 de maio de 1986 na cidade de Teresina (PI) com a participação de bispos do Maranhão e Piauí. Dom Alcimar Caldas Magalhães, da diocese de Imperatriz (MA), disse que a evolução econômica e social do País dependia da transformação do latifúndio em terra produtiva, repartida entre aqueles que dela precisam para sobreviver.

(2) A censura no Brasil só foi efetivamente extinta no ano de 1987, com a aprovação preliminar do anteprojeto da Constituição da República promulgada no Congresso Nacional em outubro de 1988. No seu artigo 5o, inciso IX, diz a Carta Magna: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

(3) No dia 20 de junho de 1986 foi inaugurado o primeiro shopping center de São Luís, na avenida Colares Moreira, no bairro do Renascença. Junto com o Tropical Shopping, de propriedade do empresário Roosevelt Murad, foi inaugurado o Cine Tropical, que abriu a programação com a exibição do filme “Cocoon”, um longa norte-americano de ficção científica dirigido por Ron Howard. Em maio de 1986, havia quatro cinemas abertos em São Luís: os cines Alpha, Passeio, Roxy e Monte Castelo.

(4) Em finais da década de 1980, estudantes da Universidade Federal do Maranhão decidiram cortar todos os laços que associavam aquela instituição de ensino aos governos do período de ditadura militar. O primeiro alvo foi o auditório localizado no Centro de Ciências Humanas. O nome Jarbas Passarinho remetia ao político de formação militar signatário do Ato Institucional No 5 do governo Médici. Os estudantes organizaram uma manifestação para a retirada do nome de Jarbas Passarinho, letra por letra, da fachada do prédio, que passou a se chamar Auditório Central dos Estudantes.

(5) Duas semanas depois da exibição do filme “Je vous salue, Marie”, o palco do Auditório Jarbas Passarinho deu lugar ao show “Umaizum”, de Nosly Junior e um cara que se apresentava apenas com o nome de Zeca, que havia abandonado pelo caminho o curso de Comunicação da UFMA. No repertório, músicas como “Sexta-feira 13”, “Claridade”, “Preto e branco”, “Carrossel” e “Noves fora”. A produção do espetáculo era de Nilson Marinho.

Nosly e Zeca, na foto de divulgação do show na UFMA


Zeca, Zeca Magrão e Nosly

(6) Como afiliada do SBT, a TV Mirante iniciou suas operações em caráter experimental no dia 31 de maio de 1986 para transmissão dos jogos da Copa do México, embora oficialmente só tenha entrado no ar no dia 15 de março de 1987. A TV Difusora, empresa de comunicação pertencente à família Bacelar, era afiliada da Globo desde 1968. A TV Difusora foi vendida ao então governador do Maranhão, Epitácio Cafeteira, em 1988, e depois à família Lobão. Em 1o de fevereiro de 1991, a TV Mirante passou a transmitir o sinal da Globo.

Fotos: arquivos dos jornais "O Estado do Maranhão", "O Imparcial" e "Diário do Norte"

Um quê de rebeldia

Washington Torreão

Naquele ano de 1986 tínhamos entrado em um mundo novo que era a universidade, com toda a sua complexidade de siglas e instituições. Expressões como autonomia universitária, os diversos conselhos etc. eram coisas novas para mim. Inclusive a própria sensação de liberdade que se ganha ao atingirmos o patamar da graduação, coisa diferente do ensino médio e seus esquemas de acompanhamento dos alunos, situação da qual tinha me livrado havia muito pouco tempo. Ainda palmilhava aquele momento de minha vida. De repente a nossa turma primeiranista de Economia, bem como os demais colegas de outros cursos, viu-se às voltas com uma situação inusitada para aqueles dias tidos como de plena democracia, considerando que a censura federal teria sido extinta numa canetada no ano anterior, com o fim do ciclo dos militares. Tratava-se de uma questão não só política, tradicional, como foram os casos de censura nas últimas décadas, mas de posicionamento filosófico, uma contenda entre a fortíssima Igreja Católica brasileira e setores mais liberais da sociedade, normalmente postados à esquerda no esquadrinhamento político nacional, que não tolerava mais a possibilidade de viver sob a tal "censura".

A Igreja levou essa naquele momento e o filme foi proibido de ser exibido no Brasil por pressão do clero sob complacência governamental.

A subversão à ordem estabelecida é própria aos estudantes. Naquele momento da história do movimento estudantil ainda havia um quê de rebeldia, de inconformismo com a herança autoritária legada por mais de duas décadas de exceção política.

Deparamo-nos com uma exibição "clandestina" de “Je vous salue, Marie”, do cineasta Jean-Luc Godard, no Auditório Jarbas Passarinho (hoje Auditório Central da UFMA), que se encontrava tomado por alunos numa expectativa pra lá de excitante, não só por podermos assistir ao filme proibido governamentalmente, mas também pela possibilidade de sermos presos pela Polícia Federal que, segundo informavam, poderia chegar a qualquer momento e levar a todos de uma vez só, uma espécie de 'Ibiúna" só nossa aqui da UFMA. Eu estava totalmente dominado por uma espécie de saudade daquilo que não vivi, que não enfrentei, dada a impossibilidade temporal, nasci nos anos de chumbo. Portanto eles escaparam de mim. Restava aquele ajuntamento estudantil resistente para não só assistirmos a uma película, mas como ação de resistência e enfrentamento ao Estado censor, que não dialogava com a juventude, que manipulava os indicadores da economia, que maquiava as pesquisas eleitorais e que se associava (até hoje) com a imprensa conservadora. Era tudo isso (e muito mais) que me movia e me fixava ali naquele auditório.

À frente revezavam-se as lideranças estudantis da época a dizer que a fita estava rodando pela cidade para despistar a polícia, à solta atrás do primeiro universitário com uma cópia VHS nas mãos (uma anedota).

Horas passadas, creio eu que propositadamente, chegou o filme que foi exibido numa TV a dezenas de metros da plateia e em francês!!

Não tínhamos a menor ideia de que servimos de massa de manobra dos joguetes eleitorais das representações estudantis da época, apesar disso ser evidente. Restou, pelo menos para mim, uma espécie de dever cumprido com a democracia, tipo “um filho teu não foge à luta”, de um Brasil que recebia uma nova geração de estudantes aguerridos, intrépidos e sonhadores com uma democracia social plena.

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO LUIS: PRESIDENTE ASTRO DE OGUM RECEBE AMEAÇAS DE FUNCIONÁRIOS FANTASMAS


presidente sob ameaças
Ao fazer abertura da sessão ordinária desta quarta-feira, (27), na Câmara Municipal de São Luís, o presidente em exercício do Legislativo São-luisense, vereador Astro de Ogum (PMN), fez a denúncia de estar recebendo ameaças em seu telefone celular, bem como o presidente Antonio Isaias Pereirinha (PSL) e alguns diretores da Casa. “Não tenho medo de qualquer tipo de ameaça, e adianto que já estamos tomando as providências que cabem ao caso”, afirma ele.
Disse Astro de Ogum que “essas ameaças com o intuito de exigir pagamento de quem não trabalha não nos intimidam”. Ao informar que os servidores estatutários já receberam seus vencimentos e que os comissionados e funcionários de gabinetes “estão recebendo hoje (quarta-feira)”, o dirigente do parlamento ludovicense foi enfático ao assegurar: “nossa preocupação é com o servidor que efetivamente trabalha, pois nós sabemos exatamente quem está aqui todo dia, e, no momento, a nossa principal preocupação é com o pagamento do 13º salário de quem realmente trabalha”.
Astro de Ogum classificou a atitude de quem está com a prática de fazer ameaças, com objetivo de chantagear, como “ato de quem é covarde, pois já sabemos que tem até pessoas que estão comprando chips em nome de outras pessoas para não mostrar a verdadeira cara”. Para finalizar, Astro de Ogum assinala que “nós sempre estivemos trabalhando com honestidade e seriedade, e tendo como preocupação permanente aquele que trabalha. Nós vamos adotar medidas sim sempre para valorizar quem trabalha”.
Blog do Djalma Rodrigues

Ranking das escolas públicas: IFMA mantém hegemonia e Militar supera estaduais

Blog do Clodoaldo Corrêa

IFMA segue líder, mas média caiu 63,32 pontos.
IFMA segue líder, média caiu 63,32 pontos

O Ranking do Enem 2012 foi divulgado pelo Ministério da Educação. Com 643,29 pontos o Reino Infantil é a mais bem avaliada escola do estado. Dentre as públicas, as unidades do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) mantém a liderança. A mais bem avaliada é o IFMA do Monte Castelo, em São Luís, com 612,9 pontos.
As quatro primeiras posições das públicas se mantiveram em comparação com 2011. IFMA Monte Castelo, IFMA Imperatriz, Colégio Universitário e IFMA Santa Inês foram as quatro mais bem avaliadas. Já a escola Militar da PM, passou da 7ª para a 5ª posição. O Liceu Maranhense, melhor escola estadual civil, permaneceu na 6ª posição.
Outro dado importante e preocupante é que mesmo os institutos federais tiveram pontuação menor em comparação com 2011. A variação naquele ano entre a melhor escola e a décima era de 676,22 a 570,32. Já em 2012, a melhor teve 612,9 e a 10ª 510,43.
Todas as dez melhores tiveram pontuação menor em 201, até mesmo o Colégio Militar, só melhorou no ranking porque as outras conseguiram ter uma média ainda mais baixa.
Ranking 2012
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO SAO LUIS-MONTE CASTELO 612,9
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO IMPERATRIZ 598,2
COLÉGIO UNIVERSITÁRIO 560,78
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO SANTA INÊS 546,55
COLÉGIO MILITAR DA PM DO MARANHÃO 530,76
CENTRO EDUCACIONAL LICEU MARANHENSE 513,75
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO MARACANÃ 513,45
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO ALCÂNTARA 510,51
DOM JOÃO ANTÔNIO FARINA SÃO LUÍS 510,51
CE THALES RIBEIRO GONÇALVES CAXIAS 510,43
Ranking 2011
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO SAO LUIS-MONTE CASTELO 676,22
CEFETMA UNID DE ENSINO DE IMPERATRIZ 662,63
COLEGIO UNIVERSITARIO 645,05
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO SANTA INES 600,52
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO SAO LUIS – MARACANA 596,64
CE LICEU MARANHENSE 594,90
COLEGIO MILITAR DA PM DO MARANHAO 592,81
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO ZE DOCA 581,42
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO ACAILANDIA 575,95
UI PROF JOANA BATISTA DIAS 570,40
CE CRISTOVAO COLOMBO 570,32

Vereador Lisboa tem evolução em seu quadro clínico



Vereador Professor Lisboa
O novo boletim médico divulgado, ontem, pela direção do UDI Hospital revelou que o vereador de São Luís, Antônio Lisboa, mais conhecido como "Professor Lisboa" (PCdoB), "apresenta quadro clínico com evolução satisfatória".
O paciente está internado desde o último dia 10, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do UDI Hospital, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. Neste período, ele chegou a ficar em coma induzido, necessitando do auxílio de equipamentos para respirar.
De lá pra cá, o parlamentar comunista apresentou melhoras em seu estado de saúde.

Programa Empreendedor Rural realiza primeiro encontro em Açailândia


Capacitação visa a melhora dos níveis de exploração e renda da propriedade
A unidade regional do Sebrae em Açailândia deu início, no dia 22 (sexta), sua turma inicial para o curso Empreendedor Rural, destinada aos produtores rurais – e jovens pertencentes à família de produtores que tenham no mínimo o nível médio – assim como engenheiros agrônomos, veterinários, zootecnistas, técnicos agrícolas, dentre outras ocupações desta natureza.
A capacitação tem carga horária de 136 horas e busca desenvolver competências empreendedoras e preparar líderes para ações sociais, políticas e econômicas sustentáveis no agronegócio brasileiro, assim como contribuir para o aumento da renda líquida dos produtores rurais. Durante o curso, os produtores farão um projeto que será julgado, avaliado e premiado no encerramento.
De acordo com o gerente do Sebrae em Açailândia, Wamberg Amaral, é importante que os pequenos produtores rurais aprendam como melhor gerir suas propriedades a fim de obterem um melhor aproveitamento da terra.
O programa é uma realização do Sebrae em parceria com o Sindicato dos produtores Rurais de Açailândia (SINPRA), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Secretaria Municipal de Agricultura de Açailândia.

TRE acata pedido de desfiliação por justa causa do deputado Bira do Pindaré


O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) acatou por unanimidade, em sessão na tarde desta terça-feira (26), o pedido de declaração de justa causa para desfiliação partidária do Partido dos Trabalhadores (PT) do deputado estadual Bira do Pindaré.

O deputado Bira, agora filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), protocolou no dia 04/10/2013 o pedido junto ao TRE. A petição nº 10890 alegava grave discriminação pessoal e foi acatada pelos sete juízes do pleno.

O relator do processo foi o Juiz José Carlos Souza Silva e o advogado Rodrigo Lago fez a sustentação oral da defesa do deputado Bira do Pindaré. O TRE reconheceu a perseguição sofrida pelo deputado Bira enquanto era filiado ao PT.

Bira que era Secretário de Organização do Partido dos Trabalhadores e detentor da senha do Filiaweb, teve seus direitos retirados pelo presidente, Raimundo Monteiro, que tomou para si a senha. O deputado também teve seu direito de aparecer nas inserções de Rádio e TV do PT retirado, além de ser convidado a sair do partido publicamente pelo vice-governador.

Todas essas perseguições foram oficializadas, por meio de uma nota pública de autoria do presidente do PT, e posteriormente reconhecidas pela executiva estadual do partido. A decisão do TRE garante justa causa na desfiliação do deputado Bira do PT e dar anuência à filiação dele ao PSB sem o risco de perda de mandato.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Audiência Pública discutirá formação do cargo de Administrador Municipal


A Câmara dos Vereadores de São Luís realizará nesta quarta-feira, dia 27, a partir das 15h, Audiência Pública onde será discutida a criação do cargo de Administrador Público na esfera pública municipal. A audiência foi requerida pelo vereador Ricardo Diniz (PHS), que tem participado ativamente das discussões que giram em torno da carreira de Administração. Já estão confirmadas as presenças de representantes do Sindicato dos Administradores – Sinadma, do Conselho Regional de Administração – CRA, do Conselho Federal de Administração – CFA, Secretaria Municipal de Administração, Federação dos Estudantes de Administração do Maranhão – FENEAD, faculdades, universidade e entidades de classe.
Na manhã desta terça-feira, dia 26, uma comitiva formada por Isabelle Martins (CRA), Pierre Januário (Sinadma), Walter Nunes, Samuel Melo jr (CFA), Marcus Batista (Federação Brasileira de Administração) e o vereador Ricardo Diniz estiveram em reunião com o secretário de Estado de Gestão e Previdência, Fábio Gondim, para agradecer a inclusão da profissão de Administrador para concorrer ao cargo de Auditor Fiscal no concurso que será realizado pelo Governo do Estado. Além disso, uma ampla pauta foi discutida com o secretário, se destacando as propostas de criação de um Mestrado em Administração Pública na UEMA, exigência da adimplência com o CRA para os cargos que exigem formação de administrador na esfera pública, rever os critérios mínimos para ocupar cargos públicos e repassar ao CRA os dados dos servidores que tem curso de Administração.
Para o vereador Ricardo Diniz, a audiência pública a ser realizada na Câmara dos Vereadores será uma excelente oportunidade para iniciar uma discussão que levará à valorização da profissão de administrador. “Precisamos incentivar a valorização da formação de administrador, criando mais oportunidade para os profissionais que todos os anos se formam e acabam e não são aproveitados pelo mercado de trabalho”, destacou o vereador.

Elite da escola pública supera rede privada no Enem

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explica que a comparação foi feita usando os 215.530 melhores alunos da escola pública, mesmo número de estudantes das escolas privadas que fizeram a prova. "Nossa preocupação são as cotas. Este ano, 25% das vagas do SiSU (Sistema de Seleção Unificada das universidades federais) vão para alunos de
escolas públicas. Esses 25% das escolas públicas são melhores que as escolas privadas", afirmou.

Os 215.530 representam 31,5% dos estudantes que tiveram suas notas do Enem divulgadas - para calcular as médias o MEC só considera estudantes que estejam concluindo o curso e oriundos de escolas que tenham pelo menos 10 alunos fazendo a prova. Além disso, o grupo precisa representar pelo menos 50% dos concluintes daquela instituição.
Desempenho. Os melhores estudantes das escolas públicas tivera maiores notas em Linguagens e Códigos - Português e língua estrangeira, com 593,74 pontos, Ciências da Natureza (576,76), e Redação (616,6). Na comparação entre as redes, as escolas federais tiveram os melhores resultados em todas as áreas, chegando a 625,24 em matemática e 613,07 em redação.
Os piores resultados são da rede estadual, que concentra a maioria dos concluintes. Ainda assim, as médias subiram em três das cinco áreas, na comparação com o ano passado. Caíram Linguagens e Códigos, de 527 pontos para 513, e Redação, de 507 para 491,41.
A rede federal teve queda das notas em quatro áreas: Linguagens, Matemática, Redação e Ciências da Natureza. Nas escolas particulares as médias foram inferiores a 2011 também em Linguagens, Redação e Matemática, o mesmo que nas redes municipais.
O Enem por escola será divulgado nesta terça-feira, 26, pelo MEC. As notas levarão em conta as médias apenas dos estudantes que estavam terminando o ensino médio em 2012 e só serão consideradas as escolas com um número representativo de alunos.
Apenas 11.239 escolas terão suas notas divulgadas, de um total de 25.744 instituições com 3º ano do
ensino médio existentes no País.  "Temos interesse em usar a média do Enem como avaliação do ensino médio no futuro", afirmou o ministro.

Por isso, o ministério tem feito adaptações no cálculo das notas para deixar os resultados mais fiéis à realidade. Hoje a única avaliação do ensino médio usada pelo MEC é a Prova Brasil, que tem uma amostra muito inferior a dos alunos que fazem o Enem.

Partidos políticos: fragilidade democrática e atraso




Partido é uma associação de pessoas que programam e realizam ações com fins políticos e sociais. Pelo menos, em tese. No Brasil, essa instituição nunca passou por um momento de tão significativa falta de credibilidade. As manifestações de junho de 2013 se marcaram por uma profunda aversão às agremiações partidárias. Tanto é que a frase “os partidos não me representam” virou bordão. O certo é que a falta de representatividade dos partidos políticos brasileiros é uma realidade preocupante que precisa ser ampla e urgentemente discutida.
O principal responsável por esse quadro é a falta de participação política da sociedade brasileira. Um partido consistente, com um programa de governo definido, é resultado de discussões e debates entre diferentes setores sociais. Essa não é a realidade do Brasil. A apatia da população em relação à política abre espaço para o oportunismo daqueles que veem os partidos como meros instrumentos para se chegar ao poder e usufruir os benefícios que ele proporciona. A falta de participação da população é a principal causa da inconsistência dos partidos brasileiros.
O problema tem efeitos completamente prejudiciais para a democracia brasileira. A solidez democrática de um país depende da eficiência de instituições como o parlamento, a imprensa e os partidos políticos. Quanto menos representativas são as agremiações partidárias, menor é o nível de maturidade democrática de um país. Países autoritários, como Cuba, China e Coreia do norte, adotaram o modelo do partido único e procuraram meios de calar seus opositores. A inconsistência partidária é um fator importante para a fragilidade da democracia.
Outra consequência se revela no atraso social do país. Os partidos são responsáveis por apresentar programas de ações administrativas nos setores como saúde, segurança, transporte e educação. A fragilidade dessas instituições implica diretamente a ineficiência dos serviços públicos, o que traz impactos negativos na qualidade de vida da população. É o que se vê no Brasil, país onde os sistemas de saúde, segurança e educação são marcados pela precariedade. A ausência de partidos políticos consistentes conduz o país ao retrocesso no setor social.
A fragilidade dos partidos brasileiros é uma realidade que deve ser alvo da preocupação de todos. Para reverter esse quadro, é preciso estimular a participação política da população através de um trabalho de mudança de mentalidade. O brasileiro precisa acreditar na importância dos partidos e assumir uma maior atuação partidária. Os Estados Unidos, país mais importante do planeta, têm agremiações partidárias sólidas. O Brasil precisa lutar pela solidez das suas instituições democráticas para amadurecer politicamente e seguir rumo ao desenvolvimento.

Flávio Dino vê contradição entre MA rico e pobreza do povo


Flávio Dino é pré-candidato ao Governo do Maranhão (Foto: Floriano Rios)
Flávio Dino é pré-candidato ao Governo do Maranhão (Foto: Floriano Rios)
MAURÍCIO NOGUEIRA
Agência Política Real

Brasília – O presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) e pré-candidato ao Governo do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-MA), afirmou nesta terça-feira, 26, em Brasília, que é contraditório um estado tão rico quanto o Maranhão não garantir qualidade de vida para o povo.  Ele afirmou à Política Real que nas eleições de 2014 “está em jogo o destino do Maranhão, para que possamos superar essa contradição. Estamos falando da vida de milhões de pessoas”.

Flávio Dino citou resultado de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi festejado por parlamentares aliados da governadora Roseana Sarney (PMDB) na Assembleia Legislativa do Maranhão.  “Nessa semana passada, foi divulgado pelo IBGE o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e o Maranhão ficou em penúltimo lugar, R$ 17, 00 à frente do Piauí. Confirmando o IDH e outros indicadores”, ressaltou.

Ele disse que intensificará o trabalho no campo da mudança e da transformação social. Inclusive, afirmou que  já comunicou à presidenta Dilma Rousseff que deixará a presidência da Embratur em janeiro para fazer campanha.

DEDICAÇÃO INTEGRAL - “Para me dedicar, em tempo integral, à estruturação das alianças sociais e políticas necessárias e vencer as eleições. E com isso, virar a página dessa triste realidade que infelizmente persiste no Maranhão”, justificou Flávio Dino.

Maranhão é o terceiro maior colegiado do Nordeste. O resultado da última eleição deu 78% dos votos para a coligação onde estava o PCdoB, na eleição da presidenta Dilma Rousseff. A Política Real quis saber como Flávio Dino avalia esta divisão de espaços políticos que se configurará no processo eleitoral, uma vez que a situação política citada acima poderá se repetir.

“Cada dia com sua agonia. Estamos tratando hoje das alianças regionais. A questão dos palanques nacionais nós vamos tratar no plano nacional, a partir da definição do que nós conseguiremos juntar no estado”, destacou.

"PALANQUES ABERTOS" - Flávio Dino defende que os partidos da coligação a ser formada possuam também candidatos majoritários nacionais. “A minha intenção é fazer com que todos os partidos, que estejam na nossa coligação, e que tenham candidatos nacionais, possam livremente fazer campanha, defender seus pontos de vistas e, com isso, nós termos os chamados palanques abertos”, observou.

De acordo com Flávio Dino, abrir o palanque não só ao candidato a presidente da República, que tem o apoio do partido dele, mas também ao candidato a vice, ao Senado, aos candidatos federais. “Para que possam estar junto conosco. Porque nós lançamos um movimento com a lógica de que o nosso partido é o Maranhão. E como o nosso partido é o Maranhão, os palanques nacionais devem ser condicionados pelas alianças regionais, que neste momento, são mais importantes”, afirmou.