quarta-feira, 20 de março de 2013

Alegando patrulhamento, dois militantes pedem desfiliação do PCdoB de São Luís



Por Gilberto Léda/Jornal O Estado do Maranhão

Dois militantes do PCdoB de São Luís confirmaram ontem ter oficializado ainda na semana passada os pedidos de desfiliação de ambos das fileiras comunistas. Um deles, o jornalista Hugo Freitas, alega ter sido patrulhado pelo presidente municipal da sigla, Márcio Jerry, ao criticar em um blog independente a conduta política do presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), no episódio em que este acusou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão de haver fraudado a eleição de 2010 "na calada da noite".

Sóstenes Salgado, o segundo militante, disse ontem que decidiu pedir a desfiliação em solidariedade ao então colega de partido. Os dois afirmam que protocolarão hoje, na Zona Eleitoral onde estão registrados, os documentos que garantirão a saída oficial da legenda.

"Meu descontentamento e decepção vem se arrastando ao longo do tempo e definitivamente com o episódio do patrulhamento do amigo Hugo Freitas resolvemos ingressar com pedido de desfiliação ao PCdoB", disse Sóstenes.

Postagem - Na postagem que fez em seu blog, Hugo Freitas defendia a tese de que é Flávio Dino quem deve se explicar à Justiça caso não se confirmem suas acusações contra a Corte Eleitoral do Estado. "Se não forem comprovadas as denúncias feitas por Dino, será ele que terá que se explicar à Justiça do Maranhão, já que, tendo sido juiz federal, deveria saber o comunista que ninguém pode acusar sem provas", destacou.

Perseguição alcança outros partidos
O que membros do PCdoB e imprensa estão chamando de patrulha comunista tem atngido também militantes de outras legendas alinhadas ao projeto defendido por comunistas, socialistas e pedetistas no Maranhão. Os prefeitos de Caxias, Leonardo Coutinho, e de Timon, Luciano Leitoa (ambos do PSB), também já foram perseguidos por aliados de Flávio Dino nas redes sociais e na imprensa.

Mas o autoritarismo do presidente do PCdoB, e de seu principal assessor, já fez outras vítimas: a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) passou a ser taxada de "sarneysista" e "vendida" depois que decidiu defender uma alternativa política para 2014, criando a chamada "Via Alternativa".

Ex-candidata a vice-governadora na chapa do comunista, a professora Miosótis Lúcio atraiu a ira dos aliados do PCdoB após declarar não ter visto qualquer tipo de projeto do grupo que acompanhou nas eleições de 2010.

Os prefeitos Leonardo Coutinho (PSB) e Luciano Leitoa (PSB) sofreram patrulhamento. Bastou terem participado de eventos institucionais com a governadora Roseana Sarney.

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